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Ciclos da vida


No filme 'Água para Elefante' de Francis Lawrence há uma cena onde uma elefanta está 'presa' a uma estaca no meio do estaleiro e, fora do estaleiro, há um balde repleto de suco de maçã. Sem hesitar, a elefanta retira com sua tromba a estaca que a 'prende' ao chão, caminha vagarosamente até o balde com suco e sacia a sua sede, retornando imediata e calmamente ao lugar anterior, depositando a estaca novamente ao chão e mantendo-se 'presa' conforme o treinamento recebido.


Durante este ato da elefanta, o 'cuidador', somente a observa e, a elefanta, ao retornar ao 'cativeiro' lança um olhar (meio que malicioso) ao 'cuidador'.


Assistindo ao filme minha atenção ficou por algum tempo nesta cena por algumas razões e, ai vão elas:


- Todos nós, seres humanos, trazemos em nosso cerne, não uma, mas várias estacas que nos aprisionam e nos limitam/impedem de seguir para a liberdade de nossa alma;


- Todos nós, seres humanos, buscamos alguns 'cuidadores' (internos ou externos) ao longo de nosso caminho, que, independente de sabê-los no raio de nossa visibilidade/consciência, estes trazem a qualidade que lhes pertence de alguma maneira e observa o nosso caminhar, até mesmo mantendo alguns baldes repletos de 'algo' para saciar a nossa sede "em alma", confiando que saibamos ir até esses 'baldes', não sem esforços, mas com a certeza de saber serem nossos os passos conquistados (e, o que nos é conquista pessoal, não nos é retirado de maneira alguma: É NOSSO POR DIREITO!).


- Por mais que os 'cuidadores' possam conhecer sobre as questões que nos aprisionam, não lhes é confiado a missão de salvamento *(retirada das estacas que prendem)*, pois se assim fosse, o que sobraria como mérito nosso?


- Aos 'cuidadores' é demandado o incentivo para que o 'caminho seja validado ao caminhar' com total confiança no potencial individual, sejam quais forem as 'botas' (ferramentas) que tenhamos, mas que saibamos serem nossas!


Ao longo da nossa caminhada como Ser não seria difícil perceber o grande benefício do exercício do perdão, a nós mesmos e a tudo o que nos cerca.


No livro ‘Os pantanais da alma’, o autor diz assim: "Não podemos evitar a experiência das escolhas bem intencionadas que às vezes têm consequências maléficas, de modo que a culpa é uma faceta onipresente da vida moderna.”


(...) Assim a culpa nos liga ao passado, ela contamina o presente e o futuro, provocando até a destruição.


(...) a boa energia da vida é desperdiçada com o passado, e é desviada da avaliação de novas direções.


(...) No conceito judaico-cristão o 'pecado' deriva da palavra hebraica que significa 'errar o alvo' (como na arte de manejar o arco). Para compreendermos a inevitabilidade desse pecado, é preciso expandir a consciência. Saber que somos inevitavelmente defeituosos, inevitavelmente inconscientes, é o primeiro passo em direção à auto aceitação. Saber que somos responsáveis, não apenas pelas coisas que fizemos, mas também pelas inúmeras coisas que deixamos de fazer, pode expandir nossa compaixão humana, mas também aprofunda a dor;


(...) Aprender a perdoar a si mesmo é crítico, porém extremamente difícil. O eu perdoado fica livre para avançar, armado com a expansão da consciência que torna a vida muito mais rica;


(...) 'Aceite o fato de que você é aceito, apesar do fato de você ser inaceitável'. “Essa graça impressionante, essa libertação da alma de penetrar mais profundamente no mundo”.


Quando olhamos de frente ao que menos nos agrada, isso, por si só, faz empreender mudanças mais que significativas. No plano humano da manifestação sempre haverá coisas às quais nos harmonizaremos, mas com frequência haverá outras conflitantes, gerando atrito e crise. No entanto serão apenas expressões diferentes da nossa alma.


Independente dos nossos momentos difíceis também deparando com as nossas 'estacas', não cabe justificativas. Cabe sim virar a página e encerrar ciclos.


Portanto, viremos a página, entremos na fila e sigamos o caminho com:

- Gratidão por o que foi...

- Reverência por o que virá a ser...

- Honra por o que somos!

 

LUCIANA SZANON Psicóloga e Psicoterapeuta com formação em Constelações Sistêmicas Familiares, Mediadora de Conflitos, Palestrante e Celebrante de Casamentos. Mãe de duas lindas pérolas, Letícia e Luisa. Direciono minha energia para acompanhar e incentivar as pessoas na busca de seu melhor.

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